sábado, 1 de setembro de 2007

Confusão certeira

Sempre acreditei em destino. Talvez pelos mesmos motivos que acredito em Deus, no amor, na vida, na bondade humana, no São Paulo, na poesia e no Brasil.

Acredito na minha mãe também, e em mim mesmo.

Bom, essas duas últimas crenças são diferentes. As outras são por apenas ser e essas por eu conhecer muito bem de quem se tratam, e nas coisas que acreditam – Ok, de fato não vem ao caso, vou parar de fugir do assunto.

Na minha cabeça existem alguns pontos certos, inabaláveis, que me fazem viver. Não sei viver de outra maneira. Tais pontos navegam entre meus princípios, e outros são mais futuristas e flutuantes. São como pontinhos de luz nesse túnel de vento da vida (bonito isso!). Tais pontinhos são aquilo que chamo de destino. È uma confiança, uma fé, uma indubitável noção das coisas que vão acontecer.

Sem querer ser ou parecer vidente, mas eu acho que sei mesmo das coisas. E essa frase que acabo de escrever, por tão ridícula que soou, me arrancou uma gargalhada bem farta.

É da minha mediunidade racional que falo agora. Da minha racionalização dos sentimentos. Odeio matemática, mas são tão matemáticos os acontecimentos, que devo me render à lógica. Há um tempinho, nem muito nem pouco, eu teorizava esse processo racionalizante da maneira errada, anulando a pacionalidade – tentando, ! –, trocando-a pela mesquinhez, pelas pequinisses da gente. Mas... Lá vem ele, o glorioso destino, e mostra que não é assim que a banda toca!

Aí então que a banda volta a tocar. Na verdade, ouço mesmo só umas marcações, uns compassos bem safados, bem modestos, uns acordes dissonantes. Mas eles marcam forte em mim. É a Regra de Ouro que marca a cadência do destino, o retorno das coisas. Friamente, é na mesma intensidade; bem mais forte por ser eu agora o receptor.

O meu medo maior é o destino ser uma grande brincadeira, desse mesmo Deus que eu já disse acreditar. Aliás, findei por não explicar essa crença. Não sei se consigo, mas vamos lá: É possível tanta emoção, tanta coisa rolando, trepidando, pulando e caindo, tantos motivos e soluções e casos e resultados e começos sem fins, sem que haja monstros maiores para regê-los? Não é “monstro” de bicho ruim, mas é “monstro” de grandeza, de gigantesco.

Um desses ciclopes é o destino! Tudo vai e volta, como bumerangue. Mas alguém que jogou um bumerangue e recebeu-o de volta, deixou de jogar novamente para ver qual é? É claro que não! Jogou sim! E assim é o destino, como um pontinho girando no número 8, sem encontrar obstáculos para pará-lo! É a infinita correria de ida-e-volta das nossas missões, das histórias bonitas. E assim será: Uma constante correria sem começo e sem fim, eterna, que gira em torno dos mesmos pontilhados.


Um comentário:

*Paula Fazzio* disse...

destino mesmo é o que aconteceu hoje.