domingo, 16 de setembro de 2007

Meio amor e meio


Um é de amor inteiro
O outro está quase lá
Existe o meio que separa.
Existe um meio?

Existe um meio
Não necessariamente meio bissetriz e
Exato
Quem sabe meio errado
E tem de ser meio assimétrico para
Perturbar
Senão não é amor

Meu amor não é de sofrer, é de querer
Bem
Querer

Mas se não sofrer, será que o amor será?
Ah, se perturbar...
Há de ser meio amor inteiro
Meio termo e meio

Existe um meio:
Hesite o meio


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Poesia concreta



Pela graça divina
Dessa luz que ilumina
As luzes da cidade bonita chamada São Paulo

Cidade de pedras, de prédios, de selvas de cinza
Poesia concreta chamada São Paulo

Eu juro que eu mato
Quem roubar tua concretude
Seus cantinhos de mato
Sua grã plenitude que te faz prosperar
Transpira monóxido e mata atlântica

Cidade de pedras, de prédios, de selvas de cinza

Poesia concreta chamada São Paulo

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O amor é rosa-choque

De mãos
De válvulas
De lábios

De bebê
De beber
De comer morangos imaginários

O amor são dedos entrelaçados
O amor pulsam
O amor se encontram
O amor ri e chora e é trocado de hora em hora
O amor embriaga

O amor é doce, choca e é rosa






ps.: Ok! A fase tá melosa!

domingo, 2 de setembro de 2007

Juramento

Eu só quero teu um juramento
Um “eu te amo” de contento
Mas pode ser um “quero você”

Com um “eu te adoro” quem sabe você me ganha
Tamanha seja a verdade, sinceridade tem de haver.

Eu vou fazer meu testamento
E pro nosso comum alento
Deixo tudo pra você

Um “te venero” para, quem sabe, elevar teu ego
Mas te espero pra a partida, minha ida há de ser

Uma viagem calma, em boa companhia
Tua alma junto a minha, meu riso junto ao teu
Meu paradeiro já está arrumado
Mas que demore pro lavrado começar a valer.



sábado, 1 de setembro de 2007

Confusão certeira

Sempre acreditei em destino. Talvez pelos mesmos motivos que acredito em Deus, no amor, na vida, na bondade humana, no São Paulo, na poesia e no Brasil.

Acredito na minha mãe também, e em mim mesmo.

Bom, essas duas últimas crenças são diferentes. As outras são por apenas ser e essas por eu conhecer muito bem de quem se tratam, e nas coisas que acreditam – Ok, de fato não vem ao caso, vou parar de fugir do assunto.

Na minha cabeça existem alguns pontos certos, inabaláveis, que me fazem viver. Não sei viver de outra maneira. Tais pontos navegam entre meus princípios, e outros são mais futuristas e flutuantes. São como pontinhos de luz nesse túnel de vento da vida (bonito isso!). Tais pontinhos são aquilo que chamo de destino. È uma confiança, uma fé, uma indubitável noção das coisas que vão acontecer.

Sem querer ser ou parecer vidente, mas eu acho que sei mesmo das coisas. E essa frase que acabo de escrever, por tão ridícula que soou, me arrancou uma gargalhada bem farta.

É da minha mediunidade racional que falo agora. Da minha racionalização dos sentimentos. Odeio matemática, mas são tão matemáticos os acontecimentos, que devo me render à lógica. Há um tempinho, nem muito nem pouco, eu teorizava esse processo racionalizante da maneira errada, anulando a pacionalidade – tentando, ! –, trocando-a pela mesquinhez, pelas pequinisses da gente. Mas... Lá vem ele, o glorioso destino, e mostra que não é assim que a banda toca!

Aí então que a banda volta a tocar. Na verdade, ouço mesmo só umas marcações, uns compassos bem safados, bem modestos, uns acordes dissonantes. Mas eles marcam forte em mim. É a Regra de Ouro que marca a cadência do destino, o retorno das coisas. Friamente, é na mesma intensidade; bem mais forte por ser eu agora o receptor.

O meu medo maior é o destino ser uma grande brincadeira, desse mesmo Deus que eu já disse acreditar. Aliás, findei por não explicar essa crença. Não sei se consigo, mas vamos lá: É possível tanta emoção, tanta coisa rolando, trepidando, pulando e caindo, tantos motivos e soluções e casos e resultados e começos sem fins, sem que haja monstros maiores para regê-los? Não é “monstro” de bicho ruim, mas é “monstro” de grandeza, de gigantesco.

Um desses ciclopes é o destino! Tudo vai e volta, como bumerangue. Mas alguém que jogou um bumerangue e recebeu-o de volta, deixou de jogar novamente para ver qual é? É claro que não! Jogou sim! E assim é o destino, como um pontinho girando no número 8, sem encontrar obstáculos para pará-lo! É a infinita correria de ida-e-volta das nossas missões, das histórias bonitas. E assim será: Uma constante correria sem começo e sem fim, eterna, que gira em torno dos mesmos pontilhados.