domingo, 1 de julho de 2007

No Mundo da Lua

Título óbvio!

Essa mentirada de que os Yankes e sua Apolo 11 puseram suas garras na Lua, em 1969, sempre me pareceu bem plausível! Puxa vida, e por que não? É bem digno ratificar isso, já que tanta coisa é possível. O Homem já fez tamanhos lances, já inventou e descobriu tantos mundos, por que não em território espacial? Eu mesmo, pequenino perto de qualquer imensidão estelar, no alto de meus castelos de areia de alicerces rígidos, muitas vezes me encontro por lá admirando uma pálida (mas não gélida!) lunática, carente de Sol. Ouso ser seu astro-rei, mas, de certo, os toques de satisfação, entremeados de negativas sutis e charme balançante de quem tem medo de ceder, fazem com que eu recue um pouco na minha tentação de iluminá-la; que pecado lunar seria o seu rosto corado de Sol, impedindo-lhe de a face rosar a cada uma das sinceridades com que lhe interpelo!

Sabe-se que desde os míticos navegadores portugueses e espanhóis, monstros e dragões sempre foram grandes temores, e as explicações mais cabíveis para erros de rota que resultaram em tragédia. Aos cosmonautas e astronautas, qualquer massificação rochosa poderia significar em fracasso no pouso. Desde o Vasco da Gama camoniano, que além de Trapobana enfrentou o gigante e desiludido Adamastor, rejeitado por sua bela Tétis, até o herói moderno Neil Armstrong, que seguiu acertadamente o “em caso de dúvida, pouse”, todos esses desbravadores deram voz a nós, viajantes em terra firme. Nós, que por vezes enfrentamos também os nossos adversários fantásticos e horripilantes; nós, que nos amedrontamos envoltos de tantos os pedregulhos e obstáculos, mas engolimos o medo e pousamos, sem se importar com as marcas n’alma que a manobra implica. Também nós, que certamente já fomos Adamastores, transformados em pedra por causa de uma Tétis; pela audácia de tentarmos simplesmente amá-la por qualquer custo ou motivo, sucumbimos à condição fria e insensível de penedo; por antes enlouquecer pela desumana ninfa e cerramos os olhos diante da nereida certa, sofremos ao tomar o rumo certo e percebermos a terra-prometida já distante quando à visão e ao coração palpitante retornamos. Nós, que nesse esboço poético de sobrevida, vestimos nosso macacão impermeável, nosso capacete-cartola mágica, dispostos a retomar a aventura de desbravar a gravidade flutuante e a gravidade de “amar sem medo de outra desilusão”. Nós, que apesar de o mapa denotar tórridas barreiras, sabemos da felicidade de enfim seguirmos a direção acertada e, vestidos também de fé e esperança, faremos de tudo para que o local almejado receba por completo o nosso desejo de cuidá-lo.

Já viajei muito? Também acho... Felizmente já comprei minha passagem só de ida para o meu amado Mundo da Lua, na confiança de visitar a lunática tão esperada.

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